sábado, 8 de maio de 2010

Consumo de Frutas e doenças cardiometabólicas







Uma pesquisa realizada na Bahia e publicada na revista " Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia" concluiu que o consumo de mais de 3 porções de frutas por dia pode dificultar, retardar ou impedir o aparecimento de fatores de risco para doenças cardiovasculares ou metabólicas em mulheres obesas.

Os autores avaliaram 306 mulheres idade entre 20 e 59 anos que não foram submetidas à cirurgia bariátrica e não realizaram tratamento para obesidade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito e dislipidemias. Foram definidas como casos mulheres obesas sem outros fatores de risco cardiometabolicos (RCM) aquelas que apresentassem: a) colesterol total <> 50 mg/dL; triglicérides < 150 mg/dL; b) pressão arterial (PA) < 130/85 mmHg e não ser hipertensa; c) glicemia de jejum < 100 mg/ dL e não ser diabética.

As entrevistadas responderam a questionários sobre fatores socioambientais, psicocomportamentais e biológicos. Foram dosados os níveis de PCR ultrassensível (PCR), da adiponectina plasmática (AdipoQ), do perfil lipídico e da glicemia em jejum. A PCR e AdipoQ são marcadores inflamatórios produzidos no tecido adiposo, sugerindo que sua ação seja antiaterogênica e anti-inflamatória. Segundo os autores, o consumo de frutas < três porções/dia foi relatado pela maioria das mulheres, mas a associação entre consumo desejável de frutas e baixo RCM foi forte, sugerindo que o consumo diário de três ou mais porções de frutas pode dificultar, retardar ou impedir o aparecimento de outros RCM entre as mulheres estudadas.

De acordo com a literatura, as fibras, sobretudo as solúveis, são protetoras de RCM e outras doenças crônico não transmissíveis. A recomendação de ingestão de fibra alimentar para o adulto é de 20 g a 30 g/dia, sendo 25% de fibra solúvel, que corresponde, no mínimo, a três porções de 100 g de fruta/dia. Estas fibras atuam na redução dos níveis de colestero, entretanto estudos epidemiológicos brasileiros mostram que a quantidade consumida é insuficiente para a normalização da hipercolesterolemia e o consumo de uma maior quantidade nem sempre é bem tolerado.

COSTA, Maria Cecilia; BRITO, Luciara Leite; ARAUJO, Leila M. Batista e LESSA, Ines. Fatores associados ao baixo risco cardiometabólico em mulheres obesas. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2010, vol.54, n.1, pp. 68-77

Um comentário:

  1. Pelo que temos visto nas revistas científicas, o consumo de FLV atua de modo significativo nas doenças cardiometabólicas, mas atua muito pouco na prevenção do câncer.Vejam em http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/04/07/consumo-de-frutas-vegetais-atua-mais-contra-doencas-do-coracao-do-que-cancer-916269678.asp

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